Exercícios físicos e diabete melito

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1- Explique paciente portador de diabete melito (DM) os benefícios da atividade física.

A atividade física não programada, que são as atividades do cotidiano e o exercício físico ( EF), também chamado de atividade física programada, são recomendados como uma estratégia importante para prevenção e tratamento da obesidade, síndrome metabólica e diabete melito . Vários estudos dão suporte à noção de que um nível elevado de atividade física protege contra o ganho de peso, obesidade e surgimento de DM. São inúmeros os benéficos dos EF em diabéticos: diminuição da pressão arterial, dos níveis de açúcar, das doses de medicamentos e insulina , dos níveis de hemoglobina glicosilada , dos níveis de triglicerídeos, dos níveis de LDL-C (colesterol ruim) e, elevação dos níveis HDL-C (colesterol bom). Há ainda uma diminuição da ansiedade e do nível de estresse, melhora da auto-estima e dos associados ao quadro de depressão. O resultado de todos esses benefícios é uma melhora do risco cardiovascular.

2- Antes de começar um programa de exercícios físicos (EF) procure uma orientação multidisciplinar ( médicos , nutricionista , fisioterapêuta e professor de educação física).

Pacientes portadores de diabete melito ( DM ) deverão realizar avaliação cardiovascular , seguida de um teste de esforço, os pacientes nas seguintes condições: maiores de 35 anos, maior de 25 anos com DM do tipo 2 há mais de 10 anos ou DM do tipo 1 há mais de 15 anos, presença de outro fator de risco para a doença arterial coronariana , presença de doença que acomete a pequena circulação (da retina dos olhos e/ou rins, a retinopatia e/ou nefropatia diabéticas), doença arterial periférica e a presença de neuropatia (comprometimento dos nervos pelo DM).

3- Escolha o tipo de exercício físico ( EF ) .

O portador de diabete melito ( DM ) deverá realizar um EF aeróbico de baixo impacto: natação, caminhada e bicicleta ergométrica. EF de resistência (como musculação, ginástica localizada) têm efeito menor sobre redução do peso, mas ajuda a aumentam a massa magra , livre de gordura (músculo). Estes EF devem ser realizados com baixa carga, no entanto, deverão ser evitado em certos pacientes com retinopatia diabética .

– Pacientes com retinopatia diabética (doença da microcirculação da retina): sempre devem ser cuidadosamente avaliados antes de iniciar um programa de exercícios físicos (EF). Certos EF que elevam muito a pressão arterial, musculação, esportes competitivos e de impacto acarretam riscos significativos em portadores de retinopatia diabética.

– Pacientes com neuropatia diabética (acometimento dos nervos) em membros inferiores: evitar esteira, caminadas prolongadas , corridas e “step” (facilitam o aparecimento do pé diabético).

4- Procure ter regularidade na prática dos exercícios físicos (EF).

O ideal é que o diabético faça EF pelo menos de 3 a 5 vezes por semana (5 vezes por semana é o correto para o diabético que quer emagrecer). Inicie com cerca de 2,5 horas por semana e tente atingir cerca de 3,5 a 5 horas por semana. O horário ideal para a prática do EF será aquele em que você consegue obter uma maior regularidade. A prática de exercícios pela manhã poderá ser perigosa em diabéticos que não foram avaliados corretamente e/ou não estão seguindo as orientações médicas.

5- Divida corretamente o tempo de cada sessão de exercício físico (EF).

A sessão de EF ideal deve ter cerca de 60 minutos. A sessão deve ser subdividida em um período de aquecimento, de cerca de 5 minutos, seguido por um período específico de EF aeróbico de 30 a 45 minutos. Muitos diabéticos necessitam iniciar o período de exercício aeróbico com uma duração pequena, como por exemplo, 5 a 10 minutos, com um incremento 1 a 2 minutos a cada semana.

6- Não exagere na intensidade do exercício físico (EF).

A intensidade do EF deve ser preferencialmente obtida através do teste de esforço ou ergoespirometria .Com base nestes exames, a intensidade do EF, chamada freqüência cardíaca do exercício (FCE) deverá ser 50 a 70% da freqüência cardíaca de reserva. Esta FCE poderá ser constatada na sessão de EF através da palpação do pulso carotídeo ou com a utilização de um frequêncímetro ( monitor cardíaco ). A FCE é calculada levando em conta a freqüência de repouso, ou seja, o antes de iniciar o teste de esforço (ex: 80 batimentos por minutos) e freqüência cardíaca máxima, obtida no pico de esforço (ex: 172 batimentos por minuto). Usa a seguinte fórmula ( este exemplo usamos cerca de 60% da freqüência cardíaca de reserva):

FCE = FC máxima – FC repouso X % + FC repouso

FCE = 172 – 80 X 0,6 X + 80

FCE = 132, 2 batimentos por minuto ( 125 – 135 batimentos por minuto ).

7- Cuidados com o pé diabético.

Este nome é dado as alterações sensitivas e circulatórias que acometem os pés de pacientes com diabete melito( DM ), principalmente nos homens com mais de 10 anos de doença. Podem aparecer lesões, úlceras, infecções e, em casos extremos, a necessidade de uma amputação. Deve ser realizado o exame do pé, pelo menos 1 vez ao ano, para avaliar sua sensibilidade e irrigação sangüínea. Cuidados: calçados confortáveis, tratar calos com podólogos, tratar micoses nas unhas, hidratar a pele e confecção de calçados adaptados em pacientes com deformidades ósseas.

8- Cuidados com a hipoglicemia.

Em portadores de diabete melito ( DM ) tipo 1 (dependente de insulina), deve-se realizar a glicemia capilar antes e depois da sessão de EF. Não realizar EF caso a glicemia seja superior a 250 – 300 mg%. Ingerir carboidrato caso a glicemia seja inferior a 100mg%. Alimentos com açúcar devem estar disponíveis para utilização imediata durante e após a sessão de EF.

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